in Clepsidra de Camilo Pessanha
Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca d’um abrigo;
E apesar d’isso, cres? Nunca pensei n’um lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito,
Como a esposa sensual do Cântico dos Cantos
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como esse sol de inverno.
Passo contigo a tarde, e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jámais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo.
Eu não sei que mudança a minha alma presente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.
4 Comments:
Tudo o que é bom depressa se esquece neste país!
Dark kiss.
As manhãs vêm nas asas de um pássaro azul
No canto de uma doce e suave brisa
Desperto sol que no celeste viajou
No vago que resta de uma noite de magia
Bom fim de semana
Profético beijo
"...Pelos dedos que deslizam nas teclas lentamente
Dedilham frágeis parecem mortos de cansaço..."
Um beijo alado .
Bem escolhido!
(mas será amor, ou antes amizade?)
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